Tempos Modernos

quinta-feira, 23 de setembro de 2010




A Revolução Industrial significou o início do processo de acumulação rápida de bens de capital com conseqüente aumento da mecanização, foi conseqüência do capitalismo ou a economia de mercado como sistema econômico dominante.
A característica essencial da Revolução Industrial é que antes dela o progresso econômico era sempre lento (levavam séculos para que a renda per capita aumentasse sensivelmente) e depois a renda per capita e a população começaram a crescer de forma acelerada nunca antes vista na história da humanidade. Por exemplo, entre 1500 e 1780 a população da Inglaterra aumentou de 3.5 milhões para 8.5, já entre 1780 e 1880 ela saltou para 36 milhões, devido à drástica redução da mortalidade infantil.
Esse momento revolucionário, de passagem da energia humana, hidráulica e animal para motriz, é o ponto culminante de uma evolução tecnológica, social e econômica que vinha se processando na Europa desde a Baixa Idade Média, com particular incidência nos países onde a Reforma Protestante tinha conseguido destronar a influência da Igreja Católica: Inglaterra, Escócia, Países Baixos, Suécia. Nos países que permaneceram católicos a revolução industrial aparece, regra geral, mais tarde e num esforço declarado de copiar aquilo que se fazia nos países mais avançados (os países protestantes).
Já de acordo com a teoria de Karl Marx, a Revolução Industrial, iniciada na Inglaterra, integra o conjunto das chamadas “Revoluções Burguesas” do século XVIII, responsáveis pela crise do Antigo Regime, na passagem do capitalismo comercial para o industrial. Os outros dois movimentos que a acompanham são a Independência dos Estados Unidos e a Revolução Francesa que, sob influência dos princípios iluministas, assinalam a transição da Idade Moderna para a Idade Contemporânea. Para ele, o capitalismo seria um produto da revolução industrial e não sua causa.

O processo de produção

Nessa evolução, a produção manual que antecede à industrial conheceu duas etapas bem definidas, dentro do processo de desenvolvimento do capitalismo:
  • O artesanato foi a forma de produção industrial característica da Baixa Idade Média, durante o renascimento urbano e comercial, sendo representado por uma produção de caráter familiar, na qual o produtor (artesão) possuía os meios de produção (era o proprietário da oficina e das ferramentas) e trabalhava com a família em sua própria casa, realizando todas as etapas da produção, desde o preparo da matéria-prima, até o acabamento final; ou seja não havia divisão do trabalho ou especialização para a confecção de algum produto. Em algumas situações o artesão tinha junto a si um ajudante, porém não assalariado, pois realizava o mesmo trabalho pagando uma “taxa” pelo utilização das ferramentas.
    • É importante lembrar que nesse período a produção artesanal estava sob controle das corporações de ofício, assim como o comércio também encontrava-se sob controle de associações, limitando o desenvolvimento da produção.
  • A manufatura, que predominou ao longo da Idade Moderna e na Antiguidade Clássica, resultando da ampliação do mercado consumidor com o desenvolvimento do comércio monetário. Nesse momento, já ocorre um aumento na produtividade do trabalho, devido à divisão social da produção, onde cada trabalhador realizava uma etapa na confecção de um único produto. A ampliação do mercado consumidor relaciona-se diretamente ao alargamento do comércio, tanto em direção ao oriente como em direção à América. Outra característica desse período foi a interferência do capitalista no processo produtivo, passando a comprar a matéria-prima e a determinar o ritmo de produção.
A partir da máquina, fala-se numa primeira, numa segunda e até terceira e quarta Revoluções Industriais. Porém, se concebermos a industrialização como um processo, seria mais coerente falar-se num primeiro momento (energia a vapor no século XVIII), num segundo momento (energia elétrica no século XIX) e num terceiro e quarto momentos, representados respectivamente pela energia nuclear e pelo avanço da informática, da robótica e do setor de comunicações ao longo dos séculos XX e XXI --- aspectos, porém, ainda discutíveis.

O pioneirismo da Inglaterra

Foi a Inglaterra que saiu na frente no processo de Revolução Industrial do século XVIII. Este fato pode ser explicado por diversos fatores:
  • O principal deles foi a aplicação de uma política econômica liberal em meados do século XVIII. Antes da liberalização econômica, as atividades industriais e comerciais estavam cartelizadas pelo rígido sistema de guildas, e por causa disso a entrada de novos competidores e a inovação tecnológica eram muito limitados. Com a liberalização da indústria e do comércio ocorreu um enorme progresso tecnológico e um grande aumento da produtividade em um curto espaço de tempo.
  • a Inglaterra possuía grandes reservas de carvão mineral em seu subsolo, a principal fonte de energia para movimentar as máquinas e as locomotivas a vapor.
  • os ingleses possuíam grandes reservas de minério de ferro, a principal matéria-prima utilizada neste período.
  • a mão-de-obra disponível em abundância (desde a Lei dos Cercamentos de Terras), também favoreceu a Inglaterra, pois havia uma massa de trabalhadores procurando emprego nas cidades inglesas do século XVIII.
  • a burguesia inglesa tinha capital suficiente para financiar as fábricas, comprar matéria-prima e máquinas e contratar empregados por causa da grande taxa de poupança que existia na época.
Para ilustrar a relativa abundância da capital que existia na Inglaterra, pode se constatar que a taxa de juros no final do século XVIII era de cerca de 5% ao ano, já na China, onde praticamente não existia progresso econômico, a taxa de juros era de cerca de 30% ao ano.

http://www.bussolaescolar.com.br/historia_geral/revolucao_industrial.htm

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